15 maio 2014

Liga Europa 2013/14: Sevilla vence o Benfica nos pênaltis e conquista a Liga Europa pela terceira vez

Não adiantou finalizar mais (21 a 11), ter as melhores chances ou contar com maior apoio das arquibancadas. Para o Benfica, a final da Liga Europa está resumida aos pênaltis defendidos por Beto, goleiro revelado pelo Sporting e herói na conquista do tricampeonato do Sevilla. Se Óscar Cardozo e Rodrigo Moreno desperdiçaram as cobranças - o luso se adiantou em ambas -, o time andaluz fez o que se esperava e converteu todas, vencendo por 4 a 2 após empate por 0 a 0 no tempo normal e prorrogação, nesta quarta-feira, no Juventus Stadium, em Turim.

O Benfica segue sem conquistar um título europeu desde 1962, quando faturou o bi da então Copa dos Campeões - atual Liga dos Campeões. Desde então, chegou a oito finais continentais e perdeu todas elas, as duas últimas consecutivas - em 2013, sofreu gol nos acréscimos do Chelsea. Coincidência ou não, o técnico húngaro Béla Guttmann, que guiou os encarnados no último triunfo, jogou uma maldição contra o time português após deixar o clube, dizendo que, sem ele, as Águias nunca mais venceriam uma taça europeia.

O troféu, terceiro na galeria do Sevilla (ganhou a Copa da Uefa em 2006 e 2007, o segundo também nos pênaltis), ratifica o bom momento dos clubes espanhóis, já que na Liga dos Campeões a decisão será entre o Atlético de Madrid e o Real Madrid. Ironicamente, eles vão duelar no Estádio da Luz, casa do Benfica, no próximo dia 24. Quem vencer enfrentará o próprio Sevilla na Supercopa Europeia, em Cardiff, no País de Gales, no dia 12 de agosto.

Ao Benfica, resta evitar o fim de temporada melancólico no próximo domingo. Já campeão do Português e da Taça da Liga, o time de Jorge Jesus decidirá a Taça de Portugal contra o Rio Ave, no Estádio Jamor, em Oeiras. Em seguida, boa parte do elenco entrará de férias - enquanto o restante poderá se concentrar na disputa da Copa do Mundo no Brasil.

FALTAS, CARTÕES E NERVOSISMO

Faltou o ataque que consagrou Benfica e Sevilla no primeiro tempo em Turim. Sobrou marcação, garra e até rispidez. Portugueses e espanhóis prometeram bastante pelas campanhas construídas no mata-mata da Liga Europa, mas deixaram a desejar quando o assunto foi bola. Em determinado momento, o número de finalizações a gol foi o mesmo de cartões amarelos aplicados: três. Numa delas, aos 12 minutos, o argentino Fazio derrubou o sérvio Sulejmani, que acabou substituído depois por André Almeida - Enzo Pérez, Markovic e Salvio, suspensos, já eram desfalques.

A etapa inicial terminou com um Benfica levemente superior, pressionando e forçando o luso Beto, revelado pelo Sporting, a trabalhar em duas oportunidades. Foi o momento mais empolgante entre as 23 faltas assinaladas pelo árbitro alemão Felyx Brych. O brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo Moreno, filho de Adalberto, ex-lateral-esquerdo do Flamengo, mostrou-se uma das armas mais perigosas. O croata Rakitic, do outro lado, não encontrou espaço para brilhar e servir o colombiano Carlos Bacca. Mas àquela altura criar ou não pouco significava com o placar zerado.

DA ÁGUA AO VINHO

Pois o Benfica voltou a bombardear Beto no início do segundo tempo. Lima superou o goleiro, mas teve o grito de gol entalado por Nico Pareja, que salvou em cima da linha. Rodrigo, no mesmo lance, também viu sua finalização ser bloqueada. O Sevilla respondeu. Rakitic deu bela cavadinha em contra-ataque para Reyes, aquele mesmo que rodou por Arsenal, Atlético e Real Madrid. De canela, o espanhol jogou para fora excelente oportunidade. Ele mesmo forçaria o esloveno Oblak a praticar boa defesa na sequência.

Era outro jogo. Aberto, emocionante. Marcando sob pressão, o Benfica parecia estar mais próximo do primeiro. Reclamou de pênalti em duas oportunidades, ambas sem razão, e lamentou o passe de Maxi Pereira quando deveria ter chutado a gol na grande área. Lima, sempre acionado, alternava bons e maus momentos, enquanto até mesmo o zagueiro Garay buscava ser o herói. Os encarnados flertaram com o título no tempo normal, mas tiveram de decidir seu destino na prorrogação.

SEVILLA MELHORA

A prorrogação carregava outro ritmo. Times exaustos, mas sem abdicar do gol. Não houve retranca, apenas limitações físicas. Na melhor chance do primeiro tempo, Bacca pareceu ter chegado cansado na cara do gol. Ele recebeu lançamento de cinema de Rakitic, avançou, mas optou por uma finalização mais plástica frente a Oblak. O chute de trivela saiu, para alívio do Benfica, que já contava com o veterano e matador Óscar Cardozo - no lugar do lateral Guilherme Siqueira.

O Sevilla era melhor. Ao menos dava a impressão de que estava mais preparado para aqueles momentos de tensão. Gameiro, no início da etapa final, desperdiçou boa chance - o chute balançou a rede do lado de fora. Não criou mais, apesar da sequência de contra-ataques para os dois lados. No último deles, Bacca desabou no chão e precisou ser retirado do gramado de maca. O jogo foi para os pênaltis.

BETO SE ADIANTA E VIRA HERÓI

Rakitic, capitão do Sevilla, ganhou o sorteio e optou pela presença junto à sua torcida. Deu certo. Beto cresceu na frente de Cardozo e Rodrigo e se tornou o herói - também com a contribuição da arbitragem, que ignorou os passos dados à frente antes das duas cobranças. Lima e Luisão anotaram para o Benfica, mas ninguém perdeu do lado dos espanhóis: Bacca, Mbia, Coke e, por último, Gameiro, deram o terceiro título europeu ao clube andaluz.

Parabéns ao Sevilla pela conquista do tricampeonato da Liga Europa!!!!!

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