18 março 2011

Mundo: Situação da usina nuclear de Fukushima não está piorando, diz AIEA

A agência de fiscalização nuclear da ONU disse nesta sexta-feira que as condições na usina nuclear do Japão que foi danificada pelo terremoto eram graves mas não estavam piorando. "A situação nas usinas nucleares de Fukushima Daiichi continuam muito sérias, mas não houve piora significativa desde o último informe" de quinta-feira, disse Graham Andrew, autoridade da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). "A situação nos reatores nas unidades 1, 2 e 3 parecem continuar relativamente estáveis." A informação traz um certo alívio já que, também nesta sexta-feira, segundo o ministério da Ciência japonês foram detectados altos níveis de radiação num raio de 30 quilômetros da usina de Fukushima. Especialistas ouvidos pela rede japonesa NHK, disseram que seis horas de exposição à radiação emitida pela usina corresponde ao nível máximo considerado seguro para um ano. Apesar disso, os níveis encontrados não representariam uma ameaça imediata para a saúde. Os testes foram feitos entre 9h20 da manhã de quinta-feira e 3h da manhã desta sexta (no horário local). A orientação do governo para as pessoas que moram entre 20 e 30 quilômetros da usina era de permanecer em casa, com portas e janelas fechadas. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, afirmou nesta sexta-feira que o nível de radiação em Tóquio não é perigoso. O diretor da agência da ONU também anunciou que o órgão planeja uma reunião extraordinária sobre as usinas nucleares do Japão, na próxima segunda-feira. Em uma declaração feita hoje, o chefe do gabinete japonês, Yukio Edano,disse que "a escala sem precedentes do terremoto e do tsunami” que atingiu o Japão estão “entre as muitas coisas que não tinham sido antecipadas na nossa gestão de desastres planos de contingência”. Alimentos passarão por teste de radioatividade. O governo japonês recomendou que as autoridades de localidades próximas a Fukushima façam testes para medir o nível de radioatividade nos alimentos disponíveis em mercados e lojas de conveniência. Os testes serão realizados nas cidades próximas a Fukushima, segundo informou o vice-ministro do Trabalho, Saúde e Bem-Estar do Japão, Kohei Otsuka, que também afirmou que até o momento não foram registrados relatos de que os alimentos tenham sido contaminados por radiação. Acidente é reclassificado. Ainda nesta sexta-feira, a Agência de Segurança Nuclear do Japão elevou de 4 para 5 o nível de gravidade do acidente nuclear na usina de Fukushima. O índice da Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES, pela sigla em inglês) varia entre 0 e 7. O nível 5 se refere a acidentes nucleares "com consequências de maior alcance", enquanto o grau 4, no qual os incidentes eram avaliados até agora, define acidentes "com consequências de alcance local". O nível 7, o mais alto na escala de medição, corresponde à liberação ao exterior de materiais radioativos com amplos efeitos na saúde humana e no meio ambiente. O acidente na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, é até hoje o único caso no mundo em que o nível máximo foi atingido. Nível de radiação a que estamos expostos e seus efeitos. Fonte: The Guardian e Radiologyinfo.org

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