18 março 2011

Mundo: Radiação no Japão é localizada e não representa ameaça, diz OMS

A Organização Mundial de Saúde considera que a propagação radiativa da usina nuclear japonesa de Fukushima continua limitada e parece não apresentar riscos imediatos para a saúde, disse nesta sexta-feira o representante da entidade na China. "Neste momento, ainda não há provas de que houve propagação significativa de radiação para além da zona imediata dos reatores", afirmou Michael O'Leary a um grupo de repórteres. Áreas próximas da usina de Fukushima. O governo japonês pediu aos moradores de um raio de 20 a 30 quilômetros próximo da usina de Fukushima que permaneçam em casa e com as janelas fechadas. A medida serve como forma de proteção contra a radiação da usina nuclear de Fukushima, após acidente com os reatores. "Ao mesmo tempo, sabemos que a situação está evoluindo e nós precisamos acompanhar de perto para ver o que acontece. As coisas podem mudar, obviamente, e mudaram ao longo desta última semana." A OMS, disse ele, "coordena uma rede de peritos em questões de saúde nuclear, à qual recorre" para se assessorar, além de manter contatos com o governo do Japão, a Agência Internacional de Energia Atômica e outras entidades. O Japão luta há quase uma semana contra o superaquecimento da usina nuclear de Fukushima-Daiichi, danificada no terremoto e subsequente tsunami da sexta-feira passada no Japão. Especialistas e autoridades temem que um grande vazamento de substâncias radiativas da usina possa representar um sério risco à saúde, e a China e países vizinhos aumentaram a monitoração dos níveis de radiação. O'Leary sugeriu que o impacto dessa eventualidade sobre a China seria pequeno, mas disse que outros fatores importam também. "Os reatores, naturalmente, estão muito longe da China. O risco de propagação depende de vários fatores. Um deles é obviamente a quantidade de material radiativo, ou radioisótopos, que são liberados a partir do próprio reator. Além disso há as condições meteorológicas e o vento." "Como com qualquer coisa que se espalha e que possa se espalhar, quanto mais longe você for, mais disperso fica", acrescentou. Em pânico, muitos chineses estão comprando sal iodado, acreditando na equivocada ideia de que o iodo contido evitaria a absorção pelo organismo do iodo radiativo liberado numa eventual explosão da usina. O'Leary disse que o iodo não deve ser consumido de forma indiscriminada ou como um substituto dos suplementos administrados antes ou logo após a exposição à radiação, como forma de reduzir o risco de câncer em longo prazo. "A quantidade de iodo no sal é muito pequena. Não seria possível consumir sal suficiente para receber uma dose de proteção. No final, não é muita gente que precisará de suplementos de iodo."

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