Ao tomar posse na Assembleia Legislativa, o governador Beto Richa (PSDB) pediu hoje mais atenção do governo federal ao Paraná devido à contribuição do Estado à economia do país. "O Paraná nunca faltou ao Brasil quando foi solicitado. Assim tem sido com nossa produção agrícola, que garante alimentos para todas as regiões do país", disse Richa, em discurso, numa referência ao posto que o Paraná ocupa de maior produtor de grãos do Brasil. A administração, segundo Richa, será marcada por medidas que visem "conquistar grande destaque no cenário nacional". Ao elencar suas primeiras prioridades, Richa afirmou que quer investir em educação, dando atendimento integral em regiões carentes do Estado, além de melhorar as condições salariais e de trabalho do professor. O novo governador declarou também que vai reformar a máquina pública para recuperar a capacidade de investimento do Estado. Para isso, Richa determinou corte inicial de 15% nos gastos de custeio da máquina pública. Ele disse que aplicará "duro ajuste emergencial que certamente exigirá sacrifícios ainda não dimensionados por nossa equipe". O tucano afirmou ainda que irá cumprir contratos e lembrou do respeito que seu governo terá ao "direito de propriedade". A propósito do interesse de investidores, Richa disse que sua administração não será um obstáculo para quem quiser fazer negócios e instalar empresas no Paraná. "Rejeito comportamento fundamentalista que afasta os investimentos e amedronta a todos", afirmou o governador, sem citar nomes. Sobre a Copel (Companhia de Energia do Estado), maior empresa do Paraná, o novo governador disse que ela continuará pública, mas defendeu que seja "eficiente". O governador disse ainda que defenderá a apuração de todos os desvios de conduta e determinar o afastamento e punição dos implicados, "independentemente do posto e da qualificação de quem quer que seja". Richa disse buscar inspiração para governar no pai, José Richa (1934-2003) --governador do Paraná entre 1983 e 86. "Busco no passado o exemplo de retidão e caráter e a disposição permanente para o diálogo", disse Richa, que seguiu para a transmissão de cargo no Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense. "IMPRENSA LIVRE". O governador pediu que a imprensa participe fiscalizando sua gestão. "Quero contar com a vigilância da imprensa livre para que possamos errar o menos possível. Se isso ocorrer, jamais será por má fé." Nas eleições que o levaram ao governo, a coligação do tucano conseguiu que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) censurasse nove pesquisas eleitorais --incluindo três do Instituto Datafolha. No começo da tarde, o novo governador viaja para Brasília para participar da posse da presidente eleita Dilma Rousseff.
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