01 janeiro 2011

politica: Sérgio Cabral promete acabar com 'poder paralelo' no Rio

No discurso de posse de seu segundo mandato, o governador Sérgio Cabral (PMDB) prometeu que, quando deixar o cargo, ao fim de 2014, "não haverá um bairro, uma comunidade dominada pelo poder paralelo, seja ele miliciano, seja ele traficante". Em seu primeiro governo, Cabral implantou a política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que já se instalaram em 13 favelas cariocas. O plano é que, até o fim de seu segundo mandato, elas cheguem a 27 outras comunidades. "Nós não vamos extinguir os marginais, ou a venda de entorpecentes, mas não podemos ter essa situação vexatória de controle armado, físico de comunidades do Rio de Janeiro [por criminosos", afirmou ele em entrevista coletiva à imprensa após a posse. "Se não tivermos a liberdade de ir e vir garantida, não completaremos nenhuma outra política pública, seja de saúde, seja de educação." No seu discurso, na Assembleia Legislativa do Estado, Cabral disse que, nos seus quatro anos de governo, "pudemos virar a página de um Estado em pânico, assustado". O governador salientou que, no caminho para o plenário, passou pela sala de imprensa Tim Lopes, nome concedido por ele quando era presidente da Assembleia em 2002 e Lopes, jornalista da TV Globo, foi assassinado no Complexo do Alemão. "Como é bom poder dizer à sua família e ao Brasil que a memória de Tim Lopes foi honrada", afirmou Cabral, em referência à recente retomada do Alemão pelas forças de segurança do Estado e pelas Forças Armadas. Cabral afirmou que, ao assumir o cargo há quatro anos, não era só a violência que assustava a população, mas também o estado de descontrole das contas públicas, que incluía atrasos nos salários dos servidores e prejuízos milionários em empresas públicas como a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). "O Rio vivia situações inadmissíveis, humilhantes." Para o governador, ao equacionar esses problemas, "nós nos demos ao respeito, e o Brasil passou a nos respeitar". Ele dedicou boa parte de seu discurso para agradecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "o maior brasileiro, o maior presidente da República da nossa história", com quem constituiu uma parceria desde o primeiro dia de governo. "O presidente, com o mesmo vigor do primeiro dia de governo, tomou, faltando pouco mais de 30 dias de seu mandato, a decisão de prestar a solidariedade das Forças Armadas ao povo do Rio [na operação de retomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão]." Cabral, disse também, porém, que o Rio está "tranquilo e confiante" com a posse de Dilma Rousseff, que durante a campanha defendeu a nacionalização de políticas de saúde e segurança pública do Rio, e que espera ver a presidente reeleita em 2014. EDUCAÇÃO Cabral também fez outra promessa para 2014: a de que o Rio de Janeiro estará entre os cinco melhores Estados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), avaliação do Ministério da Educação. "Um Estado como o Rio não pode ficar na posição vexatória em que nós estamos hoje", afirmou, em referência ao exame de 2009, no qual o Estado ficou em penúltimo lugar. Para cumprir esse objetivo, Cabral disse que seu governo implementará "um plano de metas ambicioso", nos mesmos modelos do usado no seu primeiro mandato para reduzir os índices de criminalidade. Esse plano incluirá a bonificação financeira de professores por metas atingidas. OLIMPÍADA. Antes da posse, para a qual chegou com mais de 20 minutos de atraso, Cabral ainda teve uma breve reunião com o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, que está na cidade para vistoriar o andamento das obras para a Olimpíada-2016. Cabral disse que Rogge está "encantado com todo o processo e o cumprimento de metas" e que, em 2016, ele "verá todos os compromissos assumidos realizados". Questionado sobre que cargo estará ocupando no dia da cerimônia de abertura da Olimpíada, Cabral afirmou que espera que o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, se eleja como seu sucessor e que o prefeito Eduardo Paes, seu correligionário, se reeleja para comandar a cidade. "Espero que um deles me dê um convitinho para eu assistir à cerimônia de abertura", afirmou.

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