13 junho 2016

Copa América Centenário: Brasil perde para o Peru com gol de mão e está eliminado da competição

Um gol de mão do Peru causou pane na arbitragem: 1 a 0. Trocadilhos mil, vexames a rodo. Num grupo em que o nulo Haiti zerou, o Brasil (quatro pontos) terminou atrás de Peru (sete) e Equador (cinco). Prejudicado no gol ilegal? Sim. Mas muito mais prejudicado na gestão atrapalhada, dentro de fora de campo. Esse é o patamar do futebol brasileiro atual. Um time com talentos, mas sem convicções, corre o risco de cair no limbo. No segundo tempo, Polo arrancou pela direita e cruzou para Ruidiaz dar uma cortada na bola. Mão claríssima. Após minutos de discussão entre eles e com alguém, pelo rádio, o árbitro Andrés Cunha e o assistente Nicolas Taran decidiram dar o gol. Será, certamente, a justificativa para a eliminação precoce. Não convence.

PRIMEIRO TEMPO

Sabe aquele prato bem feitinho, mas sem um tempero que o torne especial? Assim foi o Brasil do primeiro tempo, bem superior, mas sem capacidade de envolver no ataque. Apesar de bons passes em profundidade, faltou aproximação entre Lucas Lima, Willian e Coutinho para criar triangulações rápidas. Ainda assim, Gabriel exigiu duas boas defesas de Gallese e Willian teve chance de concluir bom cruzamento. À espera de um vacilo brasileiro, o Peru, passivo demais, pôde reclamar pênalti de Renato Augusto sobre Flores. O Brasil também chiou quando Lucas Lima caiu na área, mas sem razão. O meia do Santos é que chutou o pé do peruano Ramos.

SEGUNDO TEMPO

Yotún entrou e o Peru teve mais intensidade no meio, com antecipações e velocidade. Cueva, reforço do São Paulo, melhorou. Só Guerrero continuou em seu ritmo lento, sem ganhar nenhuma bola. O Brasil dependeu da visão de Renato Augusto, mas continuou com seus jogadores muito distantes uns dos outros, sem aproximações ou tabelas. Lucas Lima, aposta de Dunga para o meio-campo, não foi bem. Willian tampouco. Dunga demorou a mexer, e, quando mexeu, colocou Hulk. O gol de mão de Ruidíaz pode ter sido um castigo muito forte, mas o Brasil não fez nada para se classificar. Não se impôs, não agrediu, não foi Brasil. Ou melhor, foi o Brasil dos últimos anos. Um time qualquer.

PÚBLICO

Em Boston, 36.187 pessoas assistiram à vitória do Peru sobre o Brasil. A renda não é divulgada nos jogos da Copa América Centenário.

PRÓXIMOS JOGOS

O Peru enfrentará a Colômbia, sexta-feira, em Nova Jersey. O Brasil, eliminado na fase de grupos - fato que não acontecia desde 1987 -, só voltará a atuar no dia 29 de julho, com sua seleção olímpica, em Goiânia, diante do Japão. Será o último amistoso antes da Olimpíada, que começa em 4 de agosto. A equipe principal jogará no dia 6 de setembro, em Quito, contra o Equador, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

4-2-3-1

Dunga escalou o meio-campo que ensaiava há tempos, com Elias e Renato Augusto recuados e Lucas Lima armando à frente. Não deu certo. Lucas foi mal individualmente e não houve aproximação entre ele, Willian e Philippe Coutinho. A movimentação de Gabriel como homem mais ofensivo também foi ruim, embora tenha sido muito perigoso pela qualidade de suas finalizações.

SÓ UM, DUNGA?

Mesmo precisando do empate para se classificar depois do gol do Peru, confirmado aos 32 minutos do segundo tempo, o técnico da Seleção não fez mais nenhuma alteração. Antes, ele havia trocado Gabriel por Hulk. Opções ofensivas no banco havia de sobra: Ganso, Lucas e Jonas. Ninguém entrou.

Fonte: globoesporte.com



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