26 julho 2015

Pan-Americano 2015: Brasil perde, o tie-break, para a Argentina e fica com a medalha de prata na final do vôlei masculino

Um dia depois da derrota para os Estados Unidos na final do vôlei feminino, o Brasil voltou a deixar a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos escapar. Desta vez, o revés foi diante da Argentina, por 3 a 2 (25/23, 18/25, 19/25, 25/23 e 15/8). Em um jogo de viradas, os hermanos começaram vencendo, mas o Brasil se recuperou, conseguiu dois sets seguidos e, quando parecia que o time verde-amarelo iria comemorar o pentacampeonato do Pan, os rivais voltaram para a partida e, no tie-break, liquidaram a fatura. Há 20 anos os argentinos não conseguiam a medalha de ouro no vôlei, a última vez tinha sido em casa, na cidade Mar del Plata, em 1995. O destaque da Argentina neste domingo foi Facundo Conte, filho de Hugo Conte, que derrotou o Brasil nas Olimpíadas de 1988 pela disputa do bronze.

O Brasil esteve com a partida na mão. Depois de vencer o segundo e terceiro sets com tranquilidade, o time chegou a estar na frente no quarto set por seis pontos. Mas aí, o nome de Facundo Conte fez a diferença. Ele é filho de Hugo Conte, carrasco brasileiro nas Olimpíadas de 1988, quando os argentinos venceram a disputa do bronze por 3 a 2. Só na partida deste domingo, foram 23 pontos de Conte.

Entre os brasileiros, Renan foi o grande nome, principalmente no segundo e terceiro sets, encerrando a partida com 27 pontos. O jovem Douglas também se destacou. Depois de começar mal, acordou no jogo nas parciais seguintes. Mas no tie-break, o time sentiu o peso de ter perdido muitas chances de encerrar o jogo, e não conseguiu jogar.

O bronze foi conquistado pelo Canadá, que derrotou Porto Rico na manhã deste domingo por 3 a 1. Cuba, que venceu o Brasil na primeira fase, sequer ficou entre os quatro melhores times do torneio.

É importante lembrar que a seleção brasileira de vôlei jogou o Pan de Toronto com um time B, já que os 12 principais atletas estiveram na Liga Mundial, disputada há uma semana no Rio de Janeiro. Nem o técnico Bernardinho esteve em Toronto, e o elenco foi comandado pelo auxiliar Rubinho. Os medalhistas de prata quiseram mostrar serviço para buscar uma vaga nas Olimpíadas de 2016. No time, uma mescla de jogadores experientes como Tiago Brendle, Maurício Souza e Murilo Radke, com atletas de 20 anos, como Douglas.

Com a prata, o Brasil chegou a 15ª medalha na história do vôlei masculino nos Jogos Pan-Americanos. São quatro títulos: em São Paulo 1963, venceu os Estados Unidos. Em Caracas 1983, deixou Cuba com a prata. No Rio 2007, mais uma vez, desbancou os americanos e, em Gualadajara 2011, a vítima foi o time cubano.

O JOGO

Logo no início da partida, os argentinos mostraram que o jogo não teria nada a ver com o que aconteceu na primeira fase. O time azul abriu 7 a 2, se aproveitando dos erros de recepção do Brasil, e concluindo todos os contra-ataques de forma efetiva. Aos poucos, o Brasil entrou no jogo, com boa atuação de Renan, mas não conseguiu a virada. Pela Argentina, Facundo Conde conseguiu seus pontos, enquanto Maurício Borges e Douglas não estavam se encontrando. No fim, 25/23 para os argentinos.

O Brasil voltou mais ligado no segundo set, e o início da parcial foi bem equilibrado, com as duas equipes trocando pontos. Na primeira parada técnica, o placar apontava 8 a 7 para os argentinos. As duas equipes seguiram trocando pontos, com ótimos saques de Otavio pelo Brasil, e ataques certeiros de Conte. Quando o placar apontou 15 a 15, o Brasil mostrou sua força e colocou quatro pontos de frente, 20 a 16. Os ataques de Douglas e Maurício, ineficazes no primeiro set, apareceram, assim como os bloqueios do time. No fim, 25 a 18.

O embalo verde-amarelo seguiu na terceira parcial. Renan continuava quase perfeito no ataque, e a recepção argentina passou a não conseguir colocar o passe na mão do levantador. Aos poucos, a seleção comandada por Rubinho abria no placar, até chegar a fazer 13 a 7. Ezequiel Palacios e Facundo Conte até tentavam diminuir a vantagem para a Argentina, mas o Brasil estava concentrado no jogo. Errando pouco e acertando quase todas as viradas de bola, a seleção fechou o terceiro set em 25/19.

O início do quarto set foi promissor, e parecia que a seleção brasileira iria liquidar a partida sem maiores problemas. Mas, após abrir cinco pontos, o time de Rubinho deixou a Argentina encostar para 14 a 13. Facundo Conte conseguia fazer todos os ataques, mas falhou em momentos decisivos no passe, o que impediu que os argentinos assumissem a ponta do placar. O placar seguiu igual até o fim, quando Martin Ramos acertou um saque certeiro e abriu 24/23 para os argentinos. Depois, bloqueio do time azul e set encerrado: 25/23.

O quinto set começou todo da Argentina, que abriu 4 a 1, e não dava nem chances de o Brasil tentar executar um contra-ataque. Tudo dava certo para os hermanos: a bola batia na fita e caia caprichosamente do lado brasileiro, os bloqueios dos centrais da seleção ficavam muito perto da linha. Com o Brasil irreconhecível em quadra, a vitória foi argentina por 15 a 8.

Fonte: globoesporte.com

Nenhum comentário: