15 junho 2014

Copa do Mundo 2014: Itália vence a Inglaterra por 2 a 1, na estreia das equipes na competição

Uma Copa do Mundo é capaz de mudar carreiras, reescrever histórias, transformar jogadores em gênios. Mario Balotelli, talvez, nunca seja um fora de série, nem conquiste o título de melhor jogador do mundo, mas respondeu aos críticos neste sábado. Amado e odiado, idolatrado e questionado, o polêmico centroavante fez o gol da vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra e colocou a Itália em uma boa situação no Grupo D, o da morte em 2014.

No estado do Festival Folclórico de Parintins, o lado azul, do Boi Caprichoso, começa melhor o Mundial com a festa de "Bumbalotelli" e mais chances de avançar às oitavas de final. O Garantido, vermelho de origem, que hoje vestiu branco, precisa reagir imediatamente para sonhar com uma vaga nas oitavas. A Costa Rica, que bateu o Uruguai surpreendentemente, lidera a chave pelo saldo de gols e com os mesmos três pontos da Azzurra.

Depois de uma temporada apenas razoável no Milan, Balotelli passou a semana pressionado. Enquanto voltava às manchetes com o anúncio do casamento com a modelo belga Fanny Neguesha, Immobile, seu reserva natural, deitou e rolou no amistoso contra o Fluminense e ameaçou a soberania dele no ataque. Nada, porém, que mudasse a confiança que o técnico Cesare Prandelli deposita no seu camisa 9.

Se deixou o campo festejando, o Super Mario poderia sair como um candidato a craque. No primeiro tempo, quase fez um gol antológico por cobertura. Antes, Marchisio colocou a Azzurra em vantagem. Os ingleses, melhores na etapa inicial, empataram com Sturridge.
A Inglaterra volta a jogar na quinta-feira, contra o Uruguai, às 16h (de Brasília), na Arena Corinthians, em São Paulo. Na sexta, a Itália pega a Costa Rica, às 13h, na Arena Pernambuco, em Recife.

Domínio inicial inglês e colaboração genial de Pirlo para Itália sair na frente

A Inglaterra rasgou o manual do futebol moderno para começar melhor o jogo. Se o “Guardiolês” prega segurar a bola incansavelmente até que qualquer espaço apareça, o English Team fez o contrário. Deixou que a Itália acreditasse ter o controle da partida para, no momento certo, surpreender. Poderia ter funcionado melhor se o chute de Marchisio não saísse certeiro. A tempo de Sturridge empatar pouco depois.

Roy Hodgson montou o time quase todo no campo de defesa. Até Rooney, pela esquerda, ajudou a marcar e a travar qualquer tentativa azul. Pirlo cansou de ter a bola e não encontrar Balotelli, preso entre os zagueiros. As respostas eram quase mortais. A ausência de Buffon, lesionado, encorajou os rivais a chutar. Sterling e Welbeck levaram perigo de longe. Sirigu salvou uma bomba de Henderson.

Sem conseguir chegar à área tocando, a Itália usou o mesmo recurso, talvez também não confiando em Hart. O gol saiu aos 34, em um lance que teve a colaboração genial de Pirlo. O meia percebeu a chegada de Marchisio na intermediária e deixou a bola passar, fazendo um corta-luz como se estivesse passeando pelo gramado. O armador do Juventus teve tempo para dominar, olhar para o canto direito do goleiro e abrir o placar.

Parecia injusto por tudo o que a Inglaterra havia feito até então. O empate não demorou e veio dois minutos depois da forma menos esperada pelos italianos: em um contra-ataque. A zaga, tão criticada na fase de preparação, voltou a falhar. Rooney recebeu do novato Sterling pela esquerda e cruzou. Paletta dormiu, e Sturridge apareceu nas costas dele para apenas desviar. Na comemoração, um membro da comissão técnica inglesa torceu o pé e precisou ser tirado de campo de maca.

Apesar do desgaste físico por causa do forte calor, a Azzurra ainda pressionou no fim. Tudo o que não conseguiu criar no primeiro tempo a Itália fez em dois minutos nos acréscimos. Balotelli quase marcou um golaço ao escapar de Hart e bater por cobertura. Jagielka salvou de cabeça sobre a linha. No último lance, Candreva carimbou a trave.

Calor ignorado até certo ponto e a consagração de Balotelli

Ingleses e italianos voltaram para o segundo tempo como se jogassem em Londres ou Roma. O “forno” manauara foi ignorado para que ambos se arriscassem mais no ataque. Sturridge parou em bela defesa de Sirigu. Logo depois, aos cinco minutos, a Azzurra ficou em vantagem novamente. Candreva cruzou com precisão da direita. Cahill demorou a perceber a movimentação por trás, e Balotelli surgiu para cabecear.

Atrás novamente, os ingleses se lançaram. Exageraram nas tentativas de cavar pênaltis, com Welbeck e Gerrard, durante a pressão. Quando jogaram, levaram enorme perigo ao atrapalhado setor defensivo adversário. Rooney, em um dia mais tático que decisivo, perdeu uma grande oportunidade. A bola passou rente a trave.

Prandelli decidiu reforçar a marcação italiana com a entrada do volante brasileiro Thiago Motta na vaga de Verratti. Hodgson respondeu com o meia Barkley no lugar de Welbeck. O cansaço, enfim, começou a aparecer. A Inglaterra lutou contra tudo isso para tentar encurralar o rival. Johnson, em chute cruzado, assustou.

Os minutos finais foram arrastados, com os dois times exibindo enorme desgaste físico. Ainda houve tempo para uma cobrança de falta cheia de efeito de Pirlo, que enganou Hart e bateu no travessão. A torcida italiana, apoiada pelos brasileiros presentes na Arena Amazônia, chegou a ensaiar um “olé”. Não era para tanto, mas a vitória sobre um rival direto deixa a Azzurra muito bem na chave.


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