24 maio 2012

Copa do Brasil 2012: Felipão muda, reservas brilham, e Palmeiras elimina o Atlético-PR e conquista a vaga para as semifinais da Copa do Brasil.

Sem Hernán Barcos, suspenso, o técnico Luiz Felipe Scolari preferiu manter o esquema com Mazinho e a estreia de Betinho. No entanto, foram os antigos titulares que deram a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, nesta quarta-feira, na Arena Barueri, e a vaga nas semifinais da Copa do Brasil. Com um gol de Luan e uma assistência de Maikon Leite em cobrança de escanteio, o Verdão desamarrou um jogo que prometia se complicar e agora apenas aguarda o adversário na próxima fase da competição nacional – Grêmio ou Bahia, que decidem classificação nesta quinta-feira. O time volta às semifinais depois de 13 anos (a última passagem foi em 1999).

A Arena recebeu 17.574 pagantes, maior público do Palmeiras na Copa do Brasil. Depois de um primeiro tempo morno e sem grandes emoções, o time deslanchou com a entrada de Luan e Maikon, que deixaram o time sem centroavante, mas cheio de movimentação no setor ofensivo. Boa alternativa para a sequência da temporada. O Furacão, entregue, não conseguiu reagir e virar o jogo – o primeiro duelo foi 2 a 2, em Curitiba. No fim, deu até tempo de gritar o nome do Vasco, adversário do Corinthians pela Taça Libertadores.

Em meio à classificação, uma má notícia: em jogada infantil na lateral do campo, Valdivia deu um carrinho no adversário e levou o terceiro cartão amarelo. Está fora do primeiro jogo das semifinais, que ainda não tem data definida. Em compensação, Barcos volta à sua posição no ataque.

O Palmeiras volta a jogar agora pelo Campeonato Brasileiro, domingo, contra o Grêmio, no Olímpico. Já o Atlético-PR pega o Boa Esporte na terça-feira, pela terceira rodada da Série B do Brasileirão - seu jogo da segunda rodada foi adiado.

Verdão cozinha, Furacão não incendeia.


Desta vez, Felipão adotou na escalação aquilo que fez nos treinos da semana. Para manter o padrão de jogo no ataque, o técnico promoveu a estreia de Betinho na vaga de Barcos – o Palmeiras não jogou uma partida sequer sem centroavante nesta temporada. Muito nervoso, o atacante errou seus dois primeiros lances com a bola nos pés, mas mostrou movimentação e até um certo entrosamento com Mazinho.

Era natural que o Atlético atacasse mais, mas Juan Ramón Carrasco fez questão de se precaver. Por isso, quatro meio-campistas, três mais de marcação, e apenas dois homens na frente – Guerrón e Bruno Mineiro. No jogo de ida, Carrasco colocou três atacantes, deixou muitos buracos na defesa e levou dois gols. Nesta quarta, o time criou poucas chances no início, mas atacou com segurança. Bruno Mineiro teve até a chance de abrir o placar, em um dos vários passes em profundidade de Liguera, mas se enrolou na hora de finalizar.

O jogo ficou concentrado no meio-campo, já que os três volantes do Palmeiras se “embolaram” com os meias do Furacão. Para o time da casa, ótimo. Cozinhar o jogo era tudo o que Felipão queria desde o início, permitindo ao Verdão decidir quando bem entendesse. Faltou um pouco mais de gana ao Atlético, que jogou como se estivesse em uma das rodadas iniciais da Série B – que disputa paralelamente à Copa do Brasil.

As primeiras boas chances do Palmeiras só apareceram depois dos 30 minutos, justamente quando o Furacão resolveu se soltar e os espaços apareceram. Valdivia não teve marcação fixa, e a movimentação de Mazinho confundiu os defensores. Betinho ganhou uma ótima oportunidade no fim, dentro da área, mas chutou em cima da zaga. O próprio Mago arriscou duas vezes, ambas por cima do gol. Muito pouco para um candidato ao título da Copa do Brasil.


Sem centroavante, trio decide.


Sem Guerrón, machucado, Juan Ramón Carrasco apostou no veloz Edigar Junio para começar o segundo tempo. Nada que mudasse o panorama do indeciso Atlético, que não sabia se segurava o Palmeiras ou tentava buscar o gol da classificação. Mais uma vez, o Palmeiras ficou na dele, tocando bola no meio-campo e levando mais perigo do que na primeira etapa.

Isso porque Valdivia foi mais acionado. Esperto, o chileno achou o espaço entre os volantes e zagueiros do Furacão, e virou dono daquele território próximo à área atleticana. Felipão trocou o ataque: Luan e Maikon Leite nas vagas de Betinho e Mazinho, para alegria dos mais de 17 mil palmeirenses que encheram a Arena Barueri. Muita gente aplaudiu a substituição dupla do comandante, que deixou a equipe sem centroavante.

Seria uma premonição dos torcedores? Com apenas dois minutos de dupla em campo, veio a jogada que definiu a classificação palmeirense. Aos 22, Maikon Leite instituiu a correria pela direita, passou por dois adversários e rolou para Valdivia, na marca do pênalti. Em vez de chutar, o Mago rolou para Luan fazer seu segundo gol em dois jogos na última semana – marcou também no empate com a Portuguesa, pelo Brasileiro.

O lance valeu o ingresso, ainda que o jogo tenha sido muito abaixo da expectativa. Aos 37, depois de mais uma bela jogada da dupla e um escanteio cobrado por Maikon, Henrique cabeceou para fazer o segundo. Sem reação, o Atlético-PR apenas assistiu à festa alviverde em Barueri, e mais uma vez parou nas quartas de final da Copa do Brasil – o time nunca passou dessa fase. Já o Verdão pôde comemorar a vaga e o retorno às semifinais depois de 13 anos. Há muito a ser melhorado, mas há também perspectivas de dias mais felizes para Felipão e seus comandados.

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