26 fevereiro 2011

Basquete: Técnicos históricos marcam decisão da primeira Liga de Basquete Feminino

Laís Elena comanda o time do Santo André na primeira edição da Liga Feminina. Dois anos depois de os homens terem se ‘libertado’, chega a sua final a primeira edição da Liga de Basquete Feminino (LBF), campeonato nacional comandado pelos clubes, mas chancelado da Confederação Brasileira de Basquete. Em quadra, na decisão em jogo único neste domingo, às 10h, Santo André e Ourinhos, times comandados por dois dos técnicos mais vitoriosos do basquete feminino brasileiro. Com uma longa passagem como jogadora da seleção brasileira feminina, incluindo dois títulos pan-americanos, Laís Elena fez sua história fora das quadras no time de Santo André. Vem comandando a equipe, como diretora ou técnica, desde o início da década de 1980. Como treinadora, já levou o Campeonato Paulista de 1995, além do Nacional Feminino de 2000, um ano depois de ter ficado com o vice no torneio. “Sou uma espécie de Alex Ferguson [técnico no comando do Manchester United em 1986]. Aliás, por causa dele até me tornei torcedora do Manchester. Ele é uma referência para mim. Quando o vejo no banco de reservas, sinto que ele passa muita credibilidade”, afirmou. Agora, ela sonha com o segundo título “para retribuir o apoio dos torcedores”. Do outro lado estará Antonio Carlos Barbosa. O treinador esteve à frente da seleção feminina durante grande parte de sua carreira nas últimas três décadas, em diversas passagens, e tem como maior conquista a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, além de dois títulos de Copa América. "O que precisamos é de determinação. Conseguimos transformar Ourinhos em um time guerreiro. Mas elas não podem relaxar e achar que a meta já está cumprida por termos alcançado as finais. Ainda temos um trabalho a completar", explicou Barbosa. “Não vou usar aquele clichê de jogar a responsabilidade para a Laís. É realmente o que penso.” Para chegar à decisão, o Santo André terminou a primeira fase na segunda colocação, com 12 vitórias e apenas duas derrotas, classificando-se direto para a semifinal. Na disputa por uma vaga na decisão, ficou duas vezes à frente na série, mas precisou ir até o quinto jogo para eliminar o Catanduva. Já o Ourinhos teve um caminho mais longo até a final. Depois ter terminar a fase de classificação em quarto lugar, com sete vitórias e sete derrotas, foi para o playoff preliminar e passou por 2 a 0 pelo Mangueira antes de ir à semifinal. Depois, precisou de cinco jogos para eliminar o favorito Americana e conseguir a vaga na decisão. RÁPIDO BATE-BAPO COM BARBOSA. Qual avaliação você faz dessa primeira edição do Liga de Basquete Feminino? Acho que toda tentativa é valida. Foi uma grande mudança de administração, veio só para crescer e inovar. No geral, achei positivo. Deram bom apoio aos times, passagem, hotel e alimentação boa. Já que saímos da CBB, tínhamos de gerir bem o torneio. Mas o que precisa melhorar? Temos que fazer campeonato mais longo. Foi muito corrido, com um número pequeno de equipes, fazendo rodadas próximas. Isso precisa ser melhor avaliado. Temos de atrair mais equipes, dando algum subsidio, contratando, fazendo um draft, algo mais realista para nosso basquete. Qual será o principal desafio da LBF daqui para frente? Continua sendo aumentar o número de equipe. O grande problema é aumentar número de equipes. Só têm paulistas praticamente, temos de tentar descentralizar, trazer de clubes de outros estados, como Paraná e Pernambuco, que tem grandes times. Qual foi o principal mérito do seu time? Foi a superação, ter saído de um quarto lugar com sete derrotas, classificando para a final contra time que tinha só uma derrota até então. Foi um trabalho muito duro. Estou aqui há apenas 40 dias e conseguimos um trabalho muito bom com as jogadoras.

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