21 janeiro 2011

Brasil: Dez dias depois, tragédia na região serrana do RJ já soma mais de 780 mortes

Dez dias depois da tragédia provocada pelas fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, o número de mortos chegou a 784, segundo informações da secretaria estadual de Saúde e da Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sesdec-RJ) e das prefeituras e Defesas Civis municipais das cidades atingidas. Nova Friburgo é a cidade que concentra o maior número de mortos: 376. Teresópolis tem 313, o distrito de Itaipava, em Petrópolis, 66, Sumidouro, 22, além de uma morte em Bom Jardim e seis em São José do Vale do Rio Preto, onde os corpos foram encontrados, mas que, de acordo com a prefeitura, não seriam de moradores da cidade e devem ter sido levados até lá pelas enchentes. Ainda segundo a Defesa Civil estadual, o Ministério Público Estadual (MPE) divulgou que há 333 desaparecidos em toda a região. Em Teresópolis, 85% dos hotéis funcionam normalmente.
Apesar de ser a segunda cidade em número de mortos na região serrana e uma das mais destruídas, as fortes chuvas não destruíram totalmente a rede hoteleira de Teresópolis. Segundo Michel Al Odeh, secretário municipal de Turismo da cidade, 40 dos 47 hotéis e pousadas da cidade funcionam regularmente, como se um desastre natural não tivesse castigado Teresópolis. “85% da rede hoteleira está funcionando. Só dois hotéis ainda têm problemas no fornecimento de luz elétrica”, garante o secretário. Al Odeh está otimista quanto à recuperação da cidade. Ele argumenta que os esforços têm que se dividir em duas frentes. “O eixo que cuida dos desabrigados, da construção das casas populares; e o eixo da recuperação da imagem da cidade, da revitalização total da logística do comércio”. Moradores de Itaipava seguem isolados. Em Socorro, bairro localizado em um dos morros da serra de Itaipava, em Petrópolis, os moradores ainda continuam sem perspectiva de sair do isolamento. As fortes chuvas deixaram lama e troncos espalhados pelo local, bloqueando todos os acessos até a região. Sem luz nem abastecimento de água, grupos voluntários se arriscam para levar alimentos, remédios e roupas à população. O acesso é feito por uma então estrada que sai do Vale do Cuiabá, um dos pontos mais devastados na região, onde o rio Santo Antonio encheu e levou casas inteiras em plena madrugada – com seus ocupantes dentro, muitos dormindo. Números aproximados. Fontes: Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeituras das cidades afetadas e Polícia Civil do RJ. Aluguel social. Nesta quinta, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), se reuniu em Teresópolis com prefeitos das cidades afetadas para a assinatura do convênio que prevê o cadastramento e o pagamento do benefício do aluguel social. Pelo acordo, o cadastramento das famílias será realizado pelos governos municipais e deve começar já nesta sexta-feira (21). Inicialmente, 7.000 famílias dos sete municípios prejudicados pela chuva que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro receberão aluguel social. De acordo com o governador, a perspectiva é de que o benefício comece a ser pago a partir do mês que vem. O valor total dos recursos será de R$ 40,8 milhões ao ano, cedidos pelos cofres dos governos estadual e federal.

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