14 julho 2015

Pan-Americano 2015: Brasileiras conquistam a medalha de prata nos saltos ornamentais na final sincronizada, na plataforma de 10m

A ausência do pódio nas finais individuais da plataforma de 10m serviu como um estalo para Giovanna e Ingrid. Revelações da modalidade no Brasil, as meninas de 16 e 18 anos cometeram erros e ficaram sem medalhas, mas perceberam que o "bicho" não tinha tantas cabeças assim. Era possível deixar o Pan de Toronto com "excesso de bagagem". Um dia depois, motivadas e sem o frio na barriga de uma primeira final pan-americana, as duas voltaram para a plataforma para a final sincronizada de 10m e brilharam, roubando até parte da torcida canadense, mesmo com as "queridinhas do Canadá" como rivais. Sem falhas, a dupla chegou perto das medalhistas olímpicas da casa e não conteve a emoção com a prata.

Abraçadas na piscina, Ingrid e Giovanna choraram. Colocaram para fora todos os medos, principalmente o receio pelo último salto, o mais difícil e chamado de "salto trauma". Conseguiram executar a estratégia sem grandes erros e quase deixaram para trás as canadenses Meaghan Benfeito e Rosaline Filion, que ficaram com o ouro com 316,89pts, contra 291,36 das brasileiras e 287,91 das mexicanas Paola Espinosa e Alejandra Orozco, bronze.

- Depois da queda na final individual, é muito importante essa medalha para mim. No treinamento, antes da competição, eu não estava bem, estava cansada. Um pouco tensa, pois não conseguia acertar algumas coisas. Mas na competição foquei, esqueci a dor, lembrei que sabia fazer. Esse último salto não é brincadeira. É o salto trauma. Colocamos por último porque é bravo. A passada da Giovanna é lenta, a minha é mais rápida, tenho que fazer quase andando para sincronizar. Estávamos em segundo e ainda faltava esse salto. A Giovanna veio falar: "Estamos em segundo". E eu disse: "Calma, ainda falta esse salto". Ela disse que estava tranquila e falei que iríamos acertar. Quando batemos juntas, consegui cravar. É emocionante - disse Ingrid.

Giovanna, ainda mais nova que Ingrid, chega a sua primeira medalha pan-americana com apenas 16 anos. Foi ela quem puxou o abraço em Ingrid, e na zona mista, como uma adolescente faz, parava entre uma pergunta e outra para usar as redes sociais e interagir com amigos e parentes no Brasil.

- Foi uma sensação muito boa. A medalha foi muito importante. Entramos para disputar o terceiro lugar, nem pensávamos no segundo. Depois do último salto, pensei que iríamos ficar em terceiro, brigar pelo bronze, pois errei. E quando vi em segundo, não acreditei, parecia um sonho - explica Giovanna.

Antes de começarem a saltar, as brasileiras acreditavam que apenas o bronze era possível. Meaghan e Rosaline foram bronze em Londres 2012 na plataforma de 10m e as mexicanas eram experientes e também com muitos resultados internacionais. Com o decorrer da disputa, porém, e a falha das rivais do México, Ingrid e Giovanna passaram a visualizar um lugar mais alto no pódio.

- Brigávamos pelo terceiro lugar. O segundo lugar é muita emoção, vocês não tem noção. Sabíamos que poderíamos correr atrás do pódio. Foi quase um ouro. Não fizemos nosso 100% ainda. Podemos melhorar. Precisamos trabalhar as entradas, terminações e o nosso salto trauma. Ele é parada. Tem que pensar, pedir a Deus para colocar a mão na gente (risos). É só a passada, o salto é tranquilo. Mas tenho que sair atrás dela... As vezes não sai - finaliza Ingrid.

Fonte: globoesporte.com

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