28 janeiro 2015

Copa do Rei da Espanha 2014/15: Barcelona vira, vence o Atlético de Madrid fora de casa e avança ás semifinais da competição

Neymar marcou o seu primeiro gol pelo Barcelona no Vicente Calderón - e valeu um título, o da Supercopa da Espanha, em 2013. O tempo passou, o brasileiro enfrentou dificuldades, lesões, cobranças, mas parece já estar totalmente ambientado ao que faz de melhor. Nesta quarta-feira, dia de outro jogo decisivo, o craque apareceu em dose dupla: marcou duas vezes e comandou a virada do Barcelona sobre o Atlético de Madrid, por 3 a 2, no mesmo estádio em que deu suas boas-vindas ao futebol espanhol. E o seu time está na semifinal da Copa do Rei.

Neymar, claro, não jogou sozinho. Ele tem o privilégio de ter companheiros do calibre de Iniesta, Suárez, Messi. Em seu primeiro gol na partida, recebeu passe do uruguaio após exuberante drible do argentino no marcador. No segundo, completou com estilo cruzamento de Alba - após um lance bastante polêmico, mais bem contado abaixo. Foi eleito o “vilão” pela torcida do Atlético, mas saiu de campo com o peito estufado por ter feito dois gols pela segunda vez consecutiva - já havia sido o melhor em campo diante do Elche, no sábado.

Com os rivais de Madri eliminados (o Real caiu para o Atlético), o Barça tem o caminho aberto para confirmar o título - é o maior campeão, com 26 canecos, três a mais que o Athletic Bilbao. O seu adversário sairá do confronto entre Villarreal e Getafe nesta quinta-feira, na capital espanhola. O Submarino Amarelo está em vantagem depois de ter vencido o jogo de ida por 1 a 0, mesmo placar a favor dos catalães diante dos colchoneros no Camp Nou, há uma semana. Do outro lado da chave estão Athletic Bilba, Málaga, Sevilla e Espanyol.

“Jogo do ano” em 45 minutos

O primeiro tempo de Atlético de Madrid e Barcelona foi tão bom, intenso, nervoso, polêmico, que por si só já se credenciaria ao fictício prêmio de jogo do ano - por mais que estejamos ainda em janeiro. Para quem pôde acompanhar um Chelsea e Liverpool sensacional na véspera, pela Copa da Liga Inglesa, imagine o mesmo cenário, só que com gols. Foram cinco em 45 minutos.

O primeiro, com 39 segundos. Assim como contra o Real Madrid no Santiago Bernabéu, Fernando Torres surpreendeu ao driblar Mascherano e balançar as redes tão cedo, após passe do brasileiro Siqueira. Foi o terceiro gol do espanhol em seu retorno ao clube onde foi revelado, o terceiro na Copa do Rei. O Calderón pegava fogo, mas teria os seus momentos de silêncio e baque.

Neymar foi mais uma vez o grande responsável pela reação catalã. O brasileiro, melhor em campo contra o Elche, no fim de semana, comandou um ataque cada vez mais entrosado, mortal nos contra-ataques. Ele driblou, simulou, provocou, apanhou - e marcou dois gols, a exemplo de sábado, chegando aos 21 na temporada, a sua melhor na Espanha. Deixou o gramado como “persona non grata”, vaiado em uníssono por uma torcida com o orgulho ferido.

Revolta contra arbitragem

O Atlético tem certa razão em reclamar da arbitragem. Tudo pela jogada chave da partida, quando o placar apontava empate por 2 a 2 - Raul Garcia, de pênalti sofrido por Juanfran (a dúvida é se Mascherano estava fora ou dentro da área no momento da infração), e Miranda, contra, após escanteio, também colaboraram para o placar.

O lance aconteceu aos 41 minutos do primeiro tempo: a eliminatória estava aberta, quase escancarada diante do fator campo, quando Griezmann recebeu cruzamento da esquerda e emendou de primeira. A bola bateu no braço de Jordi Alba, lance ignorado por Jesús Gil. Eis que o Barcelona rapidamente armou-se, Messi lançou o próprio Alba, que cruzou para Neymar marcar com estilo, tirando do goleiro Oblak.

O gol - e o pensamento de que poderia estar vencendo o jogo, e não perdendo - desmontaram o Atlético, até mesmo emocionalmente. Uma simples firula de Neymar minutos depois provocou uma confusão enorme na saída para o intervalo. Fernando Torres e Raúl García foram cobrar do brasileiro. Soube-se posteriormente que o capitão Gabi havia sido expulso no vestiário, por reclamação acintosa com a arbitragem. Arda Turan, sabe-se lá por que, ainda atirou sua chuteira na direção do assistente - não acertou por pouco. Nas arquibancadas, torcedores gritavam “mãos ao alto, isso é um assalto”.

Se a vantagem já era considerável para os catalães, com superioridade numérica tornou-se quase impossível imaginar uma “remontada”. O próprio Diego Simeone, com o passar do tempo, percebeu que mais valia a pena poupar alguns de seus titulares, rodar o elenco. Saíram Juanfran e Arda Turan, Mandzukic não saiu do banco - enquanto Godín, suspenso, e Ansaldi, Tiago e Koke, machucados, já não estavam nem relacionados. Mario Suárez ainda foi expulso na reta final - até então o Atlético só havia assustado numa bonita finalização de Cani, defendida por Ter Stegen.

Praticamente não houve segundo tempo também para o Barça. Neymar até queria jogo, ficou insatisfeito com a substituição aos 31, mas poupar foi uma postura inteligente por parte de Luis Enrique. Afinal, há uma semifinal pelo caminho, um mata-mata complicado na Liga dos Campeões (Manchester City é o rival das oitavas) e quase todo um segundo turno no Campeonato Espanhol pela frente.

Fonte: globoesporte.com

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