06 junho 2008

Cielo diz que não há tempo para descansar até Pequim

Aos 21 anos, o nadador César Cielo Filho vem deixando seu nome gravado no esporte, principalmente nas provas de 50m e 100m livre, que são sua especialidade e nas quais conquistou medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio.

Ainda treinando pesado para estar em condições de disputar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Pequim, o brasileiro afirmou que não deve ter descanso até que o evento se inicie.

"O treinamento está todo voltado para as Olimpíadas e não devo ter descanso até lá. As competições que virão serão para experiência e como parte do treinamento também", afirmou o brasileiro, que em maio deste ano participou do Troféu Maria Lenk, no Rio, onde manteve a média de tempo para a prova dos 50m livre, nadando na linha dos 21s.

Morando em Auburn, nos Estados Unidos, Cielo treina de quatro a cinco horas por dia, sendo nove treinos de água combinados com três de musculação. O objetivo de tanta malhação é tentar ganhar mais força, mas sempre combinando com a natação.

Com três medalhas de ouro no Pan do Rio ¿ nos 50m livre, 100m livre e ainda no revezamento 4x100m livre ¿ além de uma prata no revezamento 4x100m medley, este paulista de Santa Bárbara D'Oeste prefere se manter longe dos holofotes para alcançar seus objetivos. Para isso, optou por deixar a família e viver sozinho em outro país.

"Não é fácil desistir das coisas que um atleta desiste, principalmente nessa idade. Ficar longe da família é o mais. É o preço que eu estou pagando, no momento, em busca da minha melhor performance. Tenho certeza que no final tudo valerá à pena".

Classificado para as provas de 50m e 100m livre em Pequim, Cielo admite que sua participação no Pan do Rio, com toda a pressão de nadar em um estádio lotado e com toda a pressão da torcida foi fundamental para aprender a lidar com esse tipo de situação. "Tenho certeza de que em Pequim será mais fácil".

Uma das armas utilizadas pelos nadadores para baixar seus tempos e, conseqüentemente conquistar um maior número de medalhas, é o chamado "supermaiô", que vem ajudando cada vez mais atletas a estabelecerem novos recordes.

"Acho que um pouco ajuda sim, não o tanto que o pessoal está imaginando, mas sem duvida é o melhor maiô já feito para a natação. Estamos em uma nova era com esse maiô, as dimensões de tempo mudaram e é preciso se adaptar o mais rápido possível".

Até o momento, porém, o nadador não escolheu o modelo que vai utilizar em Pequim. O mais badalado, até o momento, é o LZR Racer, da Speedo, cujo garoto-propaganda é um dos principais nomes da natação na atualidade, o americano Michael Phelps.

Adversários é que não vão faltar para o nadador. Segundo Cielo, além de Phelps, existe uma lista de obstáculos a serem superados para que as tão sonhadas medalhas tornem-se realidade.

"Se tivesse que colocar em ordem seriam: eu mesmo, o relógio, a adaptação na China e depois os nadadores, que no caso são o Eamon Sullivan e o Alain Bernard".

Para conquistar seus objetivos, o nadador tem uma rotina diária que, além do treinamento intenso, inclui cuidados com a alimentação e com o sono.

"Tive que abrir mão de muita coisa por causa da natação. A vida social do atleta é complicada, no momento as únicas pessoas que eu vejo sempre e converso são meus companheiros de treino e meus técnicos", afirmou.

"A rotina exige muita disciplina, é preciso comer certo, dormir o suficiente. Mas depois de Pequim, eu pretendo tirar umas férias, para relaxar a cabeça e ficar um pouco com a família e amigos", finalizou.

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